As eleições presidenciais de 2018 prometem ser agitadas. Os nomes mais cotados para disputar o pleito são Lula (PT), Aécio Neves (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Michel Temer (PMDB) e Marina Silva (Rede). Todos eles já apareceram em delações premiadas da Operação Lava Jato. Confira abaixo as respectivas suspeitas.
Lula (PT):
Apontado como líder em todas as simulações de 1º turno, segundo uma pesquisa divulgada no último dia 12, pelo Datafolha, o ex-presidente Lula é o único réu entre os potenciais candidatos. Ele responde a cinco processos no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo três relacionados à Lava Jato, um à Operação Zelotes e outro à Operação Janus.
Operação Lava Jato:
Lula é réu em três processos na Lava Jato. Ele é acusado de tentar obstruir a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; de comprar um terreno para o Instituto Lula e um apartamento pessoal em São Bernardo do Campo (SP) com verba de propina da Odebrecht; e de ser beneficiário de R$ 3,7 milhões em propina da OAS, além de um tríplex no Guarujá, litoral paulista.
A defesa de Lula afirma que o ex-presidente aluga um apartamento em São Bernardo do Campo e que nunca foi dono do terreno em questão na acusação. Ela também afirma que Lula nunca tentou interferir em depoimentos da Lava Jato, não recebeu propina da OAS nem é dono do triplex do Guarujá, algo que a Lava Jato reconhece não ter provas.
Ele também é investigado por repasses de R$ 30,7 milhões feitos por empreiteiras envolvidas na Lava Jato a sua empresa de palestras, a Lils; por suspeita de usar a nomeação para o cargo de ministro da Casa Civil de Dilma para obstruir a Lava Jato e por uma citação na delação de Emilio Odebrecht, que diz que a Arena Corinthians foi construída como presente para Lula.
Sobre essas acusações, a defesa afirma que as palestras, de fato, foram ministradas por Lula, que a nomeação para o cargo de ministro vinha sendo discutida desde 2015, sem finalidade de obstruir as investigações e que a citação referente à Arena Corinthians é especulação.
Operação Zelotes
Lula é réu na Zelotes por suspeita de tráfico de influência para beneficiar uma empresa de seu filho, Luis Cláudio Lula da Silva. A defesa nega conhecimento e envolvimento de ambos no esquema.
Operação Janus
Lula também é réu na Janus, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro na contratação da empresa Exergia Brasil, que tem como um dos sócios Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente. A defesa de Lula afirma que ele não tem participação nos negócios de Taiguara Rodrigues.
Marina Silva (Rede):
Em segundo lugar nas intenções de voto e líder em todas as simulações de 2º turno está a ex-senadora Marina Silva.
Ela foi citada na proposta de delação de Léo Pinheiro, da OAS, que acabou sendo suspensa pela Justiça. Segundo Pinheiro, Marina teria recebido caixa dois para sua campanha de 2010, mas não queria ser associada à OAS.
A defesa de Marina aponta a prestação de contas da campanha da ex-senadora ao TSE e diz que isso “é suficiente para identificar a inverdade da ‘notícia’ relatada’”.
Aécio Neves (PSDB):

Em terceiro lugar, está o senador Aécio Neves, líder do PSDB e parlamentar mais citado em delações da Operação Lava Jato.
Ele é investigado por recebimento de propina, acusação feita na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral. Ele acusa Aécio de receber propina em Furnas, subsidiária da Eletrobras. Ele também é acusado de maquiar dados do Banco Rural para a CPI dos Correios, em 2005, para encobrir o chamado mensalão mineiro. A defesa de Aécio afirma que as acusações de Delcídio são “absurdas” e que a inocência de Aécio em relação ao mensalão mineiro ficará provada no final das investigações.
Aécio também é citado na Lava Jato como beneficiário de R$ 15 milhões da Odebrecht na campanha de 2014. O repasse consta nas planilhas da empreiteira com o nome de “mineirinho” como destinatário.
Além disso, Aécio é citado por Léo Pinheiro e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que dizem ter pago propina a auxiliares de Aécio. Segundo a defesa do senador, as declarações de Pinheiro são “falsas e absurdas”.
José Serra (PSDB):
O atual ministro das Relações Exteriores compete com Aécio e o governador de SP, Geraldo Alckmin, pela candidatura tucana ao pleito de 2018. Ele aparece tecnicamente empatado com Alckmin em quarto lugar nas pesquisas.
Serra é citado na Lava Jato como beneficiário de R$ 23 milhões em caixa dois repassados pela Odebrecht para sua campanha de 2010. A verba teria sido paga através de contas na Suíça. A defesa afirma tratar-se de doações feitas de acordo com a lei eleitoral.
Serra também é investigado no chamado Cartel de Trens, esquema investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, que apura fraudes em contratos do Metrô paulista e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O esquema ocorreu durante a gestão de Serra como governador de SP. Serra não se pronunciou sobre o caso.
Geraldo Alckmin (PSDB):
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aparece em duas citações na Lava Jato. Ele é citado na delação da Odebrecht como receptor de R$ 2 milhões em espécie para as campanhas de 2010 e 2014 ao governo paulista. Ele também aparece como um dos beneficiários na planilha da Odebrecht com o codinome “Santo”. A defesa de Alckmin classifica como “prematuras” as conclusões feitas com base em delações ainda não homologadas.
Alckmin também é investigado no Cartel de Trens e em um inquérito da PF que apura fraude nas obras do trecho norte do Rodoanel, promovida pela empresa Dersa, contratada pela gestão de Alckmin. A defesa diz que Alckmin não é o investigado direto do inquérito.
Michel Temer (PMDB):
Último colocado nas pesquisas, o presidente Temer é citado duas vezes na Lava Jato. Ele é acusado por Sérgio Machado de negociar uma propina de R$ 1,5 milhão para a campanha de 2012 do peemedebista Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Temer também o mais citado na delação de Odebrecht, aparecendo 43 vezes.
Segundo os executivos da empreiteira, ele teria pedido verba em espécie para as campanhas do PMDB em 2010 e 2014. Em ambos os casos, a defesa de Temer afirma que o não houve pedido de doação ilícita para a Odebrecht.
Fontes: